Um homem que amava pessoas

Jerson Toledo nasceu em Congonhal , em 12 de janeiro de 1900 e faleceu em Pouso Alegre, em 28 de abril de 1990.
Com a morte de seu pai, a família passando dificuldades, transferiu-se para Pouso Alegre sob a proteção do tio materno Evaristo Valdetaro e Silva, conhecido como Coronel Evaristo, dono de uma farmácia bem equiparada segundo os padrões da época e muito frequentada pelos políticos, médicos e farmacêuticos da região. Foi ali que o então menino, ainda de pés descalços aprendeu com experiência, os princípios teóricos e práticos de sua futura profissão: a de farmacêutico. Tinha profundo respeito pelo tio, substituto de seu pai, e de seus amigos mais velhos que conversavam diariamente na farmácia, sobre remédios, política e livros. Destes amigos , o que mais admirava era o Dr. Cícero , médico dedicado que ajudava a manipular os remédios para seus clientes. Assim cresceu e tornou-se rapaz, autodidata , apreciando poetas e escritores, principalmente os franceses Victo Hugo e Chateaubriand. Atendia com gentileza os que procuravam ali os remédios para curar suas mazelas ,mas também não recusava um dedinho de prosa. Já adulto, voltou para Congonhal como sócio de seu irmão Tuany Toledo, em uma farmácia, foi então que ficou enamorado de uma professorinha , Silvia Mafalda Bocato, que viera dar aula nas Escolas Reunidas de Congonhal, vila ainda pertencente ao​ município de Pouso Alegre. Casaram-se em 1927 e de sua união nasceram cinco filhos: Francisco de Assis Toledo, Mariana Toledo de Paula, Ferdinando Toledo, Paulo Gerson Toledo e Mirian Helena Toledo. Por muitos anos, Seu Jerson continuou exercendo a função de farmacêutico até que, surgindo uma oportunidade , resolveu comprar o cartório de Congonhal. Foi quando enfrentou a sua mais longa viagem a Belo Horizonte, onde fez o concurso para assumir sua nova função de escrivão. Para o cartório levou o mesmo espírito de solidariedade e cortesia que sempre tivera na farmácia. Atendia igualmente ricos e pobres, estes últimos, a maioria "quebrando o galho" indo a cavalo ou charrete a fazenda , estradas íngremes,muitas vezes barrentas e escorregadias,a fim de fazer uma escritura ou mesmo um casamento . Nunca perdeu o hábito de recomendar uma determinada ação profilática ou um remédio, quando ouvia uma queixa ou observava algum ferimento nas pessoas que com ele se relacionavam. Naquela vidinha pacífica de Congonhal, seu Jerson, com habilidade que tinha ao manipular remédios​ em laboratório artesanal, dedicou-se então aos cuidados das orquídeas, ao minucioso e lento preparo de anzóis e iscas para sua pescaria , o lazer predileto. Com a aposentadoria de  dona Silvia, como diretora do único grupo escolar que havia na cidade, seu Jerson resolveu também se aposentar e mudar-se para Pouso Alegre, onde moravam seus irmãos , pois seus filhos, todos adultos formados e com suas respectivas famílias residiam em outras cidades.
Em Pouso Alegre , passou sua velhice, morreu aos 90 anos deixando um rico legado de um homem, íntegro, honrado , uma vida para se orgulhar.

Fontes: Câmara Municipal de Congonhal


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